terça-feira, 11 de outubro de 2011

Esta fantástica anedota

Plágio é a raiz de todo o contágio
Se querem perceber o raio da hipotenusa
Têm de encontrar a musa que vos inspire
Nunca reger-se por tortas leis postas de batota
Que descuram até o espantalho na horta
Facilidades desinteressam até os louva-deuses
Tanto faz que representem grandes silhuetas
As vossas sombra ainda sufocam de tanto reluzir

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Monstruosidade

Montado pela lentidão
Sinto-me perturbado
Agitado, violado, violentado olhos adentro
Sinto que todo ele é rebento
Inocente e pequena cria minha filha
Dei à luz todo o ódio em mim
Que fazer desta besta descomunal?
Assassinar quem me pertence
Por legítima ligação?
Esta aberração é de meu sangue!
Apelidar de monstro o derradeiro
É ser-lhe condescendente para com
O maior dos insultos!
Uma fatal falta de respeito que pela a língua
Caí em impressão que falávamos de algo
Agora sinto que alguém se iludiu

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Palminhas de satisfação

É com caras que lidamos
Lê-las qual livro
Pena a inculta atravessada
Que remete para o historicismo
Vejo-te nas olheiras traçadas
O desespero e a esperança de caras voltadas
Indignas de confronto próprio recorrem a facilidades
Vacilantes metem-me dó
Não sei donde vem o ruído
Mas não esqueço a tez da minha pele
As marcas nela traçadas a ferros
Quebrar ofícios cómicos
Berrar em amuo
Porque no papel não ensurdece

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cantarolar pensamento

Apalermado pela visão que sustem o caos infinito
O chá deveras ficou aquém da expectativa
Para quem no karma não acredita
Ficou entranhado na aflição do desmame
Um rei num reino com dono
Onde nada sobra senão o condeno do momento
Ó que em hospitalidade temos exemplo
Na metáfora acelerada
Sobre um pano de intriga e misterioso
O derradeiro quebra-cabeças
Não tanto pela violência, talvez pela dificuldade quem sabe

domingo, 18 de setembro de 2011

Contenção

Traça a linha sanguinária
O gesto acciona a caldeira
Da fervência do sangue à esforverência
A queda para a ruína, o embaraço da desgraça
Tende para o exagero por ortodoxias várias
Falta de contenção explosiva
Pontapear o ar e golpear o nada
de todo, não se passa nada
(Demais o menos, eis a questão anterior)
Reger na antevisão de gerações futuras,
os mortos e condenados não lamentam
Assinatura desta entrega (doméstica) mente em falta de rubrica

Escoar ligeiramente a fúria nos oríficios de desgaste emocional
(Ai da profundidade que rasgue sorrisos e trace destinos)

Quantas prosas tornar-te-iam diferente

Palavras ficariam aquém
Uma densidade vaga
Tranquila criatura desconhecida
Rosnar até podia não ser sinal de ofensa
Mas de reconhecimento mútuo (quê?)
Não te sentes transformar (possuir é bonito)
Expulsar a incapacidade pela relevância?
Não me consegues ler nas decadências
Um certo nível de ansiedade?
Suplicantemente espernear atenção
A via maldita não te leva à cura!
(Equivalente à metodologia da vacina)
Aprofundar-se a ferida (para ver melhor)
Quantas prosas poderia recitar
Num louvar à pesada ferradura
Com que marco este traço..

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

De trouxa em riste fazei troça (e pouco)

Na toma de substâncias várias
Resiste na regina o licor da desilusão
De facto preenche os requisitos (fatalmente)
É certo esta pressão comunitária (alé comuna feliz)
Não confundir a preceito com respeito
A ver que a eutanásia é uma opção, o suicídio não!

Mas o que faz realmente impressão
Aquela sensação arrepiante que se nos cola nos estômagos
Faz vibrar a medula e dá tontura
Tremida escuridão de náuseas vagabundas

Num bairro de canibais
Sair de Voz em riste e serenar
Inspirar, expirar, berrar a plenos pulmões
Ai de hospitalidade insonsa
Apimentar a questão
Pregar a diferença, tambor em riste
Fazer barulho é algo assim muito infrequente
Delinquente seria calar uma causa justa
Jogo sério de eloquência
Pausa
Cantar em coro o fadado protesto!
Pausa
Semear a tempestade nesta poça estagnada
Que envenenada nos condena a ser nada
Pausa
A proposta está lançada
Fazei-vos à estrada
Sedes diferente?

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Diambular

Da interpretação há aplicação do justo efeito
Num café aqui ao lado o aroma é outro
O horrendo combina-se ao misterioso
Aliado à curiosidade que retira vidas aos felinos
(Nem tantos serão os mais amistosos)
O agitar da perna tendo no colo a badalhoca
Sabem aqueles gestos (in)voluntários
Pff nem sei de que falei no desencontro com a escuridão
Náuseas de veleiro num pouca-terra?
Estranhamente interessante
Já deu para quebrar a monotonia do serão

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bela merda viver

Na mítica da escravidão surge-nos em prosa nada mais que a prova morta oculta num passado futuro a seguinte doutrina:"Deus é grande." E toda a explosão qual furação de regalias, vá insultos, curtas-metragens e ofensas várias que lhe serão lançadas são mal-dizeres de inveja e falsidade. Tudo uma manobra de diversão sabiamente aproveitada pela mão do escritor atento que plagia a realidade a seu belo prazer porque dele nutre aproveitamento imediato e do veio doiro há de se afogar o narcisista. Não há duas sem três e já se inaugurou nisto a fila indiana, negra não porque seria racista, para cometer suicídio (eutanásia se for eu a empurrar claro) e nos que faltar coragem comparar a generosidade há brisa mais forte que nos força a vontade. Tenho dito: é tudo uma merda, boa tarde.

domingo, 28 de agosto de 2011

Satire

Celebrate the right to be wrong
Hanging on a lift by luck
Is nowhere written nor spoken
C'mon! Time out of drama
Oh Anna let's kill tonight!
Live above the ordinary path
Differ from The Other's by choice not by fate
Let's kill this night that leads to the dawn
Let's gather the strength that shall lead us

Furthermore I understand by breath driven towards you
We pretend many facts yet the result is such an act
There is wonder, there were art, magic almost
Shatter remains of a caricature
Crush me under the weight of our wonderland
Was meant for the dead...what are we nowadays?
Stains of a failed project that time ceased to care about
Withdraw the asset c'mon!
We all await the glorified argument
Sounds legit...

Must finish the singing lessons
For the tale has just begun and has to carry on
Angels will guide my strings, harpies will leech the wind
And harps won't mock no more

It's a dirty business handwritting
All we do is express our soul
Copy and paste it and mix it with raw
Pure and delicate imagination
It's not enough
There must be a bleeding first
We lack to
assimilate the leaks

Rape the guitar and enjoy it
Strings bend over and roll under the forge
Confusion and
paranoia
Let's have some
hysteria gentlemen
Let's kill tonight
And glorify this growing satire of life
Another
specie has come to extinction


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Paramédico procura-se

A ironia é o destino estar neste mapa traçado
Fadado amaldiçoa e privilegia indiscriminadamente
Que ódio... há novidade na sensação de impotência nessa face
À trágica consequência da pegajosa aderência
Ao mútuo sentimento de nojo e horror
Felizmente serás podre na ânsia da expectativa!
Excelência por mérito ilusório é algo que não assiste
Aos pobres de coração e dementes em espírito

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Rosalinda

Na exaustão das palavras oculta-se a monotonia
A descontrolada repetição dá azo à veia assassina
De um só golpe vergar a vida
Vibrar de emoção desvairada
Treme como varas rosadas
Alimentadas a sangue sedes belas
Aparentemente a vida de outrora encarna em vós

A imaginação limita-se ao óbvio
A lenda é necessária
No longínquo manobrar a maré

Há muito que se lhe diga
De todas as vindas e conquistas
Não esquecer aquela primordial batida em retirada!
A reconquista do pulsar do coração da donzela
E tudo o restante serão contos de fadas

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Horizonte

Assombrações alimentadas a toque de insanidade
Um fantasmagórico arrepio enche-nos o peito de degenerativos
O arfar sabe a pouco após o acto
Bebe-se o vinho primordial no cenário do crime, fantástico
Que a doença nos apodreça na ignorância
Que seja implacável e insaciável
Picuinhas e acriançada terá sempre razão
Com estes membros torna-mo-nos maestros e senhores
Dum destino insensato que nos deixa marcados
As cicatrizes irão reluzir e num só cegar
Sei que havei chegado à terra prometida
Num dia fatídico tece-se paz e amor

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Contenção

Seja euforia a minha droga de eleição
Na delicada expressão da experimentação
Que a honra não paira entre nós
Na vanguarda da hora de tricotar lã

Fugindo a directivas administrativas
Toda uma burocracia de meter dó
Quer-se silêncio nesta casa, de facto,
(um fenomenal e insubornável)
Um silêncio apaixonado que nos faça gemer
Para ocasiões situações à medida
Impagável e incalculável, repito-me por gestos
A vaga semelhança de sentido contido na mímica dá pena
Tanto quanto a alma é pequena
Enfim...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Suspiro apazigoado

Se há algo que não me assiste
É o hábito que persiste
Existe encravado no nó da garganta
Porque nisto há teimosia piedosa
Sinto que me resiste o instinto assassino
Soltar a besta desregulada e agir
Degolar num ápice não muito apressado
O predador deve ser contido, senhor de si próprio
(E da excentricidade, paciência)
Sadomasoquismo espiritual, deverá cumprir os mandamentos
De outra forma não garantirá o jantar
Tenho dito, serei mais que coitadinho

sábado, 6 de agosto de 2011

Secura

"Há guarida num desvinculado, desdentado e renegado padre do senhor nesta casa sem sal. Desenjaulado está voltado para o seu temor. As linhas de encadeamento romperam e o espectáculo tem forçosamente de seguir. Na sua nobre careca corre um rio de pressões suadas. O peso é algo inconcebível na preguiça grossa que o alimentou desde criança. A marioneta dança estupidamente, a vanguarda é o estilo musical impreciso que se nos havia esquecido na maré alta. A orgia acabou-se meu caro. Hábitos são sanguinário pois será que as raízes das árvores não tornam a crescer se arrancadas do veio que as nutre?"

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Tretas

Um só olhar é fracasso. O romance é uma tolice pegajosa que tresanda a nudez de espírito fracassado. Frágil vá vai-se sendo empurrado para os braços das beijocas e abraços sentidos. Parou o alisamento público e finda a clientela outrora firme que de pé convicto clama sangue e desgraça para seu próprio contentamento. Se uma história dá um bom filme, essa grandiosa forma de entretenimento barato a louva ovações em pé e pregações a Hollywood então raios serei Moisés e liderarei uma escolte rija quanto a pedra santa nesta andança sem anta para descansar. Serenidade em espeto apregoado e desnudado em ferros quebrado serão nesta noite as minhas milhas finais de mandarim. Não digo coisa com coisa porque não vejo razão para desmentir-me em hipóteses magras, enfim está escrito deverá ser encarado como bíblico.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Selvagem

Reza a lenda da existência não tão secreta de um ser místico sem igual não tanto devido a poderes do oculto ou aparência horrenda da figura despersonalizada pelas vozes dos rumores perdidos no vento. A força da crença contida no medo da exclusão tremiam nas cordas vocais das povoações em volta do acampamento da maléfica criatura usurpada de paz e serenidade de espírito. "Porque me querem escalpar, assassinar, torturar, violar a mente, enganar e enrabar se nem para aqui existir pedi. Foram vocês que pela minha tez negra me quiseram como escravo. Foi posteriormente pela minha hábil fala que me nomearam conselheiro do vosso líder. Foi pela minha devoção ao bondoso homem que no seu leito de morte me tornei seu sucessor e foi nesta agonia de se terem encarado a vocês mesmo como monstros que inverteram a moeda a seu favor. Admirável Mundo Novo este em que nos ocultamos na força das massas imparáveis e insaciáveis pela ignorância semi-consciente."

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Faltará adjectivar o sentido

Numa dessas andanças de criança fui-me perder num monte de fantasia parasita. Sentia o controlo escapar-se-me como se de um sonho acordado se trata-se mas era tudo tão vívido, tão real quanto um belisção entre enamorados numa tarde sem senão. Todo ele era mar e planície num misto tão cheio de vida, tão sem jeito que enlouqueci. Delirante fui de encontro ao canto do paraíso tocar o amargo sabor da derrota. Sentia-se o aroma do desagrado e rejeição nestes feras agora domesticadas e confinadas à solidão.

Andei sobre a maré, dominei bestas míticas, dedicei poesia às musas e fiz coro a sereias. Que mais posso afirmar em prosa para converter-vos a fãs? Que mais mentiras sem escrúpulos posso lançar-vos aos ouvidos de forma a encantar? A misericórdia é a miséria sem toda a componente séria da histéria. Bah hoje já nada me apetece nesta vida agreste em que nada surte efeito. Hipotéticamente se és demente a palavra atinge uma estrutura oca? Exigo ser apelidado de carvalho porque soa bem.

Pff dia épico, agora falta definir o sentido do objectivo do adjectivo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Undercontrol

Tão minúsculo quanto ridículo
Faz meu cérebro palpitar
O instinto
O pânico em ser assaltado
Nesta dúvida de pertença
Não consigo assimilar
Prende-me a sete chaves
Aprisionado em confins
Neste poço não penso sair mesmo
À dentada, as memórias vão-me arrancar os olhos
À dentada serão devorados pela tina da vida
Controlo dá-me liberdade
Torna-me mais um do conjunto
A ironia é venenosa, ácida quase
Pele a fervilhar, pedaço a pedaço
Autênticos nacos de corrupção são rejeitados
O corpo é quem se manda
Em pele e osso meus caros, em pele e osso assim

Poço sem cantigas

É porque a questão é grande!
Não, de facto, à causa justa.
Tolices tolices então não é claro?
Não se vê a léguas a fachada teatral
Nem pensava duas vezes, forca ou lâmina
Regurgitas facilidade mas é temporária
No acto o papo é excessivo, pesadamente excessivo
Queda por hábitos e soluções, aiiii emoções tão tolinhas
Puxa-empurra vá mais um último esforço.
Pára tudo!
(Em hora H faltava mesmo era mandar-te la ir)
Quando é que silenciamos a voz do "sim senhor já vou não tarda"
A violência suga-me a paciência e sinto os punhos tremer
Frágil balanço das coisas como andas, tens de mais vezes
Oh sim, tens certamente de mais vezes por cá andar
Que alguém me guarde porque vem a tona as correntes
Mas entalado no recife perco consciência
Dueto com ninfas. Sinto o chamamento...
Irrita-me tudo. Estou saturado, cansado e esmagado
Oprimido pelo ruído, nem me ouço pensar
As palavras sabem a veneno e bebo delas propositadamente
Quero uma vez mais servir-me delas
Naquelas páginas de pega-pega, brincadeira sem piada
Ceguei e não tardo a descobrir.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Truth (Ilusion to the Blind)

Near by
Lays a simple lie
Not a deny
Just a fake cry

What remains pure?
A Smile
What stands still?
The personality
What remains real?
Truth

Finding hard to regret yesterday
Whenever I care
Dreams and hopes unfold
Swearing empty promises
Sharing meaningless moments
I do feel hollow

There is a monster coming over the hill
It's nature belongs to instinct
Now where would We be
If we admit that reason is the greater evil?

Im a riddle teller
I speak about half-truth with exact precision
There is no missing the mistic myth today
The bards bow before me and shall
Oh and they shall workship those tales
The melody will hipnotize half a century
And the other half consumed by change
Won't feel like anything had came

What is language in terms of a deaf?
We pray to our senses and forget...
Was it worth the while?
Fact: there is yet to be a timeshift so...
Meanwhile we wait let's write
For God's forbit me I shall write, can't resist
And remember that he does not exist!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Privado de estar-se saturado (Criminologia de paz)

Teu calor da união
Saber a emoção da reunião
(É) Confortante, para ser preciso
Triste estou pois a confusão evitei.

Que venha dai zombaria
Nesta esquina toca-se viola À Portuguesa
Sim Senhor, sim Senhor, sim senhor...
Naquela esquina resiste alegria.

E se a era dos putos que faziam dela se acabou
Ei de cambalear sete vezes em gesto de protesto!

"Aqui del-Rei: noticias de última hora, genocídio da cultura portuguesa!"
O Sr. Tradicional foi assassinado pelo progresso...
A identidade está esquecida? Ridículo, não pode!
Não corre resposta aos ventos celestes
Se ao largo ainda arde um vestígio de magia
O sonho haverá de perdurar para geração futura

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Quem era sábio? (Não que isso interesse)

Naquela batalha a guerrilha está confusa
Noite iluminada pelos furiosos explosivos
Soube, assim por diante, que o homem não é manequim
Assustado em busca de um manual de instruções, medo
Em pânico foi tranquilizado por mãos sangrentas
Confusão abraçada à fome de mais mortalidade
Minha mãe eu realmente não me lembro de ter implorado pela vida
E agora temo por algo ao qual estou francamente perplexo!
Não quero falecer, morrer, padecer, jazer podre nesta aurora
Sinto que a vida se me escapa pelas entranhas e se crava teimosa na alma
As fragilizadas vêm ao de cima, fértil existência agora em luta
Pernas impotentes para correr em fuga inútil
! Pára tudo...aquele ali chora por não ter ninguém
Haja aqui quem resmungue porque quer mais
Hipocrisia minha filha já tens escravos a mais, vai-te demónio...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Mentes cão! Au au au"

Que tédio relaxar em período de férias
Todo um compromisso vão de denegrir
Uma carga extra de seriedade acrescida pesa na consciência
Ao virar desta esquina serei alguém.

Girando o café já frio senti crescer em mim a redundância
Ao som de uma agradável acústica levei os dedos aos lábios
Sem contenção estalar um assobio de jubilo a esta menina
De tez natural todo ele é grosseiro
Rebelde numa falta de cuidado demente
Um estilo no mínimo peculiar, arrepiante vá admito
Senti-me ser penetrado uma segunda vez

"Pára tudo! Que aqui caminha algo que se destaca da minha mundana vida!
Sê minha porque senão morrerei em breve de aborrecimento para com a puta da vida!"
Ela foge em pânico e com razão...
Pois este é algo por acabar pois de facto o tédio dá-me sono
Vou-me ali deitar e jazer lado a lado com a bala cravada de veneno na mente
A imaginação está contaminada, é pena
Podia-mos ter sido grandes! Grandiosidade também consegue ser chata portanto...
Numa de fuga rápida irei ali para não voltar...(minto porque é-me um fruto proibido)

domingo, 26 de junho de 2011

Whenever lying is the best policy I'm a goner...

Mentir é feio pequena
Manha e jeito são defeitos
Invenções da imaginação e do pecado
Vinte avé-marias e deveras estais purificada!
Graça de nossa Senhora salve teu ingénuo povo
Que em carne fraca se fizeram servos
Tentação alheia! Culpa é do Diabo desse raio fulminante, safadice do corneado
O mostro sobrevive e respira pestilência entre nós
Ninguém questiona o porquê de ainda existir entre nós: gente de bem
Inspiração, rogo ao salvador por inspiração!
Falai por mim, podeis possuir-me completa, totalmente
Parar o Mundo de mudança e contradição!
Mentir para iludir e viver paralelamente à treta
Fascinantes momentos de desgraça...
"Um de vós irá me trair..." - que se acuse então em boa fé?

Fui eu...que sonhei voar para longe deste espectáculo de ventriloquismo
Cortai-me os pulsos, tratem-me mal...vá vá saboreai o momento
Ele é infinito? Não será outra mentira... não não é sim...ain't that a lie?

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ódio e indiferença
Sanguinárias guerras de cor
Bang, bang! Trespassam-me a alma
Lutas por Supremacia
Poder, Fé - Poder, Fé
Acreditar é matar por sobreviver?
Não somos carnívoros
Não nos alimentamos da nossa espécie
Não somos monstros!

Mas quem quer saber de lamentos...
Prioridades superam as mais negras previsões?
Sustentabilidade? Que merda é essa!
Limpar a nódoa da pureza da nossa raça
Exterminar, fazer o que for necessário!
Repulsa bombeia como veneno nos nossos corações

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ridículo

Roçar o ridículo ao de leve
Não ao ponto de tocar o erótico
Mas ser macio e sensível ao pormenor

Aperfeiçoar a arte de estar pleno e forte
Demonstrar à multidão quem sois vós
Fazer chegar ao ouvido de meio universo
O relato de tão absurdo feito

Em seu esplendor há tolice
Profunda, enraizada, genuína tolice
Inocência na ignorância de crer em ser
Assim uma espécie de semi-deus sabe-tudo
De estalar os dentes quem não contem o espanto singular

Acertos, rectificações prontas e notas musicais
Uma só certeza
O escapar da escrita envolve uma de dois motivos
De natureza maior, talvez suprema! Divina? Hmm diabólica.
Porque não de todas um pouco? Neste terço apregoa-se justiça

No âmbito de se manter o desnaturado palavreado
Onde o objectivo é simples, aliviar a falta de sentido lógico de la vie
Dançar consiste num agitar de braços a gritar grunhidos
Segurar pela ponta dos dedos a nossa revolta ancestral!
Fantásticos segundos de ridículo
Ao menos já não nos comportamos como selvagens

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A inspiração nestas Horas

"Throw it all away
Let's lose our selves
'cause there's no one left for us to blame
It's a shame, we're all dying
And do you think you deserve your freedom?

How could you send us so far away from home?
When you know damn well that this is wrong
I would still lay down my life for you

And do you think you deserve your freedom?
No, I don't think you do

There's no justice in the world

There's no justice in the world

And there never was"

_______Muse - Soldier's Poem_______

O vocalista fala à sua pátria e questiona-a sobre as razões que motivam a guerra e o desespero dos soldados que por lá ficam. Questiono-me até que ponto Portugal está longe de estar em guerra civil com a sua identidade e a sua razão de ser...

Sem Pátria

O repatriado não é bem amado
Renegado pelos seus
Sua mãe, seu país lar receita-o agora
"Soldado caído já está vencido"
Venha a próxima fornada de escudos humanos
Todo o ser humano é uma arma
Um objecto, um utensílio útil até...
Deixar de conseguir manter-se em pé

"Parem de culpar a merda do país!"
Política isto, economia aquilo
Depressivo e irrealista este povo nojento e covarde
Uma pátria só existe no mundo das utopias
No profundo do mundo Real só existe eu, tu e o Outro
Aquele ali percebeu cedo e abriu um quiosque
Somos nós quem fazemos o país
Portugal reflecte qual espelho a Miséria
Não há justiça num Mundo onde se inclinam culpas para particulares
Assumir a culpa na união, levar a tremenda sova devida e volver a casa
A nossa Mãe espera por nós sem nunca nos ignorar, irá nos perdoar
Volver a uma casa ideal, o meu sonho português em tempo de crise!
Não é saudade! É esperança de um renascimento.

domingo, 5 de junho de 2011

Obras sem arte

"Posso ser fingidor?
Retratar a minha vida
Palavra por gesto,
Mágoa por sexo e ambições
Sonhar no lugar de escrever
Moldar o passado com base no futuro
Assumir a função divina e espalhar o terror
De ser omnisciente, impotência ataca virilidades não?

Presumir é pecado a contar de...mas sei contar?
Porque me forçam a ser igual
Porque me querem igual
Entidades idênticas
Utopia

A mão desenha as curvas e rectas
Fomos vós quem as conceberam
Não cederam à diferença
Vital era ser-se
Múltiplo
Único
Alguém?
Sabes onde jaz o cadáver da alma humana?
Aquela magia de criação ilimitada?
As imaginações tornaram-se inférteis.
É pena decerto, sentirei falta do termo:
"Obra sem arte..."

terça-feira, 24 de maio de 2011

...

("Não sentem a alma agitar?
Um temor expande a comprimir
Sinto-me desconhecer o propósito
A identidade e quem sabe algo mais!
Sente-se o pesar do transtorno
Com que nos confrontamos idolatradamente
Cada qual puxa para sua perspectiva
Cada faceta ambiciona erguer-se aos demais
Cada qual puxa para seu lado
Cada meu dividido ser quer ser único
Numa multiplicidade que nos encantos da fantasia
Me faz sonhar no homicídio

Não é bipolaridade ou derivados
É tudo o que me rodeia e se apodera de mim
Voei ao Sol a aquecer e queimei as asas de cera
Despedacei-me em mil bocados mal colados
Agora sofro as insuficientes do incompleto transbordado")

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Uma pechincha

Classificações e orações
Degradação e avaliação corrupta
Refuta a minha existência
Enrola-me num estigma consumista
E vê-me rebolar no lixo

Apavora-me a perspicuidade
Há sabedoria em ser ignorado
Ao invés de opiniões imergem conjecturas
(e refutações)

Dá-me a tua opinião
Concede-me em que me basear
Tretas afins e derivadas de pânico
Pouco importa pensar em pensamentos
O senso da hipótese perde-se em si mesma
Possibilidades infinitas em abstracto
Completam a sua ruína em quatro realidades
Somente quatro, à dúzia ficava mais barato!


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Laços de Sangue

Delicadas pétalas rosadas de sangue
Actualizações da assassina
A contracto por municípios
O saldo ruí numa maior escala

Que a trave mestra trema, tudo bem
Que a estrutura abale e apavore, tudo bem
Sorrir é ingenuidade ante o Circo
Em toda a arte contida num Palhaço
Fazer rir não é uma delas, não é facto adquirido
Estereótipo que nega a paródia óbvia

Em vista na miragem
Ei de me perder
Em vestes negras de seda
Quero-me perder
Num momento nada mais querer
Ei de me perder
Porque estou farto de viver
Quero-me perder

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Persona no grata

Suspiro em veia masoquista
Em reconforto, rectificação
Na carne esfria justiça

Negligência assumida
Transforma-se em persona no grata
Dois não equivalem à aceitação

Naturalmente o debate assanhado
Flui perfeitamente enquanto passividade
Cala-te e concede vossa mão

Neste estrangulamento, breve alarido de virilidade
Popular egoísmo porque o ego romantiza
Ficção amorosamente chocante de facto

domingo, 8 de maio de 2011

Fantasiar é relembrar

Era um belo dia
Admito em belo dia me tomaste
Plena época de romance e paixão
Alecrim e borboletas em festival erótico
Um impulso animal
Um tomar de braços à força
Um roubo de beijos entre portas
(sem língua que nos evidencie,
serei menos que transparente)

Sonhei neste solarengo dia
Que me havia de arrebatar
Ser enfeitiçado pela primeira
Perder-me de desejos
E sagaz fui um a um
Sem pressas, sem complicações
Criativo, sedutor e circunstancial...
Tudo a seu favor,
Mãos ágeis não deixam ficar mal
Lábios carnudos que melam o juízo
Um cabelo que te reconforta
Encadeirado a escaldar, não pares
Mutuamente se cria prazer ao morder
Arranha, torce, bebe do seu espírito
A carne já é toda tua, alcança melhor!
De ontem me lembro claramente nada...

Acordei pela luminosidade
O dia não era este
Não era nenhum
"Não sou assim!"
Voltei-me para o lado
Deparei com inconveniências
Mudei, transformei-me
Surgi novo e pior!
Acordei novamente
Afinal era um pesadelo
Bendita a insónia, Ámen.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Palavras Vazias

Numa de desconversar
Venha a nós a confissão!
Terão de me desculpar
Mas há aqui um senão
Que se silencie a bancada
O pano desvenda seus mistérios

Acto primeiro de espectáculo terceiro
"Não há nestas terras,
Terceira idade que te tolere meu rapaz!"
(Pavoneia-se a protagonista)
"Entre curvas e trapos,
De linhas não trato!
Não sou alfaiate, que desonra"
(Volta costas a bufar desprezo)

É então que surge nova personagem
Sem rodeios caminha das sombras
Clamando Pessoa com precisão
"Come chocolates, pequena; come chocolates"
O público inerte pelo choque renasce
(Ultrajados pela rudez dos versos,
Trocam impressões toscas de ignorância feroz)
"Ora viva, quem passeia sempre alcança"
(Nem se dá ao trabalho de encarar a voz da Verdade)
"Entramos numa fase de adivinhas?"
(Nunca a confusão fora tanta)
A voz ignorada e fora de contexto,
Desvanece na plena posse da insignificância
Não é de todo gentil passar por outrem Reis...
Tormentas ainda Lídia?

A restante peça é de lamentar
Que no passado fique a fermentar!
Histérico num frenesim
As palavras multiplicam-se
Destes bordões de tinta
Retiro proveito algum!
Palavras ocas deixando transpirar
O preenchimento da alma

Dois corpos suados unem-se
Não se tocam simplesmente...
Unem-se e faz o coração palpitar
O vagabundo incauto,
O desgraçado só queria atravessar a estrada
Recuperando a esperança há muito esquecida
Deu novo significado à sua vida e seguiu contente
Que faziam os enamoradas deitados?
Procriavam felicidade!
Complementavam o trabalho de Cupido e Deus
Múltiplas investidas e lá vai mais uma
De reflexão feita só restam sexo e medo
Macabro como se completam, não?

Cercado pela multidão
Incapaz de compreender
O meio envolvente comprime-se
Um aperto no peito
O sufoco da auto-infligido ódio
Três tresloucadas vivas ao mártir!
Encorajar não é entender, talvez
Talvez nem seja nada por crer
É algo de quem nada tem de fazer...
As acções são tomadas
A história desenrola-se
O climáx surge, ó! Êxtase,
Dois corpos suados lado a lado
Uma só gota se desfaz em duas,
De amor saciadas quebrem o elo
Salutar a lucidez incrível
Com que chegamos à promiscuidade?

Vaza e drena-se o perfume
O aroma desfalece queimado
Abusado e violentado pela calúnia
O Fedor invade o espírito
Porque ninguém se importa

Dar significado ao comum
Primeira contradição
Épicos ecos de resolução
Promessas, juras e tretas
Alimenta a terra que contaminas
Deves isso tudo e pouco menos

Portugal permite-me estas andanças
Concede-me só mais esta dança
Ardente marca de exclusão
Expulso do recantos as caldas diabólicas
Só o vislumbrou de sangue me arrepia
Me faz tremer e cair sobre os joelhos
Forçado a pecar novamente leva-to-te a mão
Subjugo-te a minha vontade e mordo
A criatura anciã tomou forma

Confuso e desorientado
Cercado por faces passivas
Rostos contendo ainda o terror
O horror e o temor de nova tortura
Calafrios do áspero toque...
"Quem me toma as medidas por detrás?
Quem se esconde no meu ângulo morto!"
(Só um idiota responderia ao óbvio)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Demência agreste

Que palhaçada
Tortas na cara à parte
O riso é sobrevalorizado

Parti as lentes de contacto
Que falta de tacto!
"Realmente não tens muita piada
Li pim pá pum sem graça ficas tu,
Cá tu lá vou te encontrar
Estejas onde estiveres
Não há refúgio que perdurará!"

Ha ha ha maravilha
Ha ha ha tão gira?!
Ha ha ha ha ha
(Sff, um momento só de silêncio)
Nasceu outro demente...

domingo, 24 de abril de 2011

Epifania

Glorioso despertar em decisão final
Célebre é a consciência tranquila!
Doce a tender para o nojento

Já sei tudo
Sei até demais
Sei sabendo que nosso ser
Jamais será imortal

Estou francamente pasmado
Esquece o tormento
A dúvida passou
A aurora sobrepõe-se
Ahhhhhhh era bom...

Rebolo para o lado
Tropeço no real
Ensangue a cabeça esfria
E acorda para a vida!
Não há sonho que perdure
Claridade quem te quer
Num largo à beira do Tejo
Há de se afogar!
Por dois segundos de espera
Há de se afogar!
Quem te dera a ti,
Puder sonhar e nadar
O ar saberia a mel

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Tears of Something

They look like a river
They sound like a waterfall
Wet and ashamed
I drown in vain

I feel like a freak:
An aged oak
In a forest of pines

Pissed off my mind
Rebellious force
Bold on a hairy World

Ruthless life
Painful existance
Blank meaning
I wanted to cry
Wash out the sadness
At least now
I created fellow mates
At last...

domingo, 3 de abril de 2011

Manifestismo

Radicalismo, extremismo e afins (sim, sismo!)
Fim ao capitalismo?
Paradigma de sensacionalismo

Qual novidade?!
Pequeno o consolo
Teimoso o burro
Estagnado na linha férrea
Manifesto de irracionalidade

Gritar, gemer e rebolar!
O que está a dar
É alto protestar
Farta a pança dos gatunos
Daqui vejo as costelas do mendigo
Preso no fosso da amargura
Do qual é impossível sair!

A meio termo
Sou Ninguém
Enlouqueço o Tenebroso
Para quê...

Palavras desnecessárias
Saliva desperdiçada
Estou à rasca da garganta
Vou-me ali deitar
Chafurdar na lama
Como um senhor!
Caridade expressiva
Que há quem esteja melhor...


Últimas Palavras?

"Haveis visto a minha alma?
Glorioso o dia do reencontro
A moribunda devassa
Voltará de rastos
Devastada pela maré

Não suporto mendicidade
Fazem-me pena
Incutem culpa e dor
Párias e cambada de rejeitados
Desta Sociedade em matilha
Gloriosa a Lei do mais forte

Imploro de joelhos
Leva-me a mente,
Deixai o resto...
Torelo a dor,
Ó infindável burburinho, Nunca!
Louco e enraivecido
Qual touro marcado em brasa
Avanço às cegas
Progresso nulo
Vida sem nexo
Olá mamã...

domingo, 27 de março de 2011

Dar à Costa

Em vestes rasgadas
De costas voltadas
Suportando poses desgastadas
Cuidadosamente se aborrece

Subitamente... êxtase!
Nova maravilha última
Incomum e basta

Suspeita rígida
Frígida até
Resposta a que preces,
Se sois descrente
Desgraçado descendente

Nega...
A recusa da felicidade
Confessa...
A tua genuína afinidade
Foge antes que seja tarde...
À deriva com deleito
Admito, sem jeito!
Contente sou sozinho
Em Mundo de mudança
A inconstante fascina-me
O que ficou por cumprir
Ficou no esquecimento

quarta-feira, 9 de março de 2011

Acamado em ressaca

Ao beber para esquecer
A doença apodera-se de mim
Sou compulsivo na desilusão
A expectativa quebra-me
Espiritualista incompreendido

A dor não desvanece
O meu mal é outro
Enche-me de drogas e afins
Torna-me um zombie sem mente
Torna-me imune à psicose
Que tão cruelmente recai
Sobre minha pesada alma

Porquê sair de casa
Se irei morrer de stress?
Porquê enfrentar o Mundo
Se só me fazem querer desaparecer?
É uma lenta forma de suicídio

Acamado de ressaca
Medito sobre meu destino
Qual futuro me resta agora
Que nem sei onde estou
Porque sou
Para onde vou
O que levará a levantar?
Quem me obrigará a continuar...

Não me dês atenção
Que não a quero
Oculto no escuro
Sofro do coração
Arrasta-me para baixo
Mas move-me, vá lá!
A inércia é tua amiga
Está quieto!
A cura não tarda
Espera sentado
Cansaste menos
Ignora tudo e todos
Crê plenamente em mim
Porque se te iludes a ti mesmo
Mais vale permanecer assim...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Arrepender é matar saudades

Este estranho mal-estar
Incomoda-me ao de leve
Como uma borboleta no meu estômago
Importuna-me nas horas mortas

Perante tão variado leque
Tanto por onde optar
Há razão para duvidar...

A dúvida embebeda-me
Deixa-me tolo e tonto
Terrível néctar esse
Completamente letal
Confuso e algo atordoado
Arrasto-me para longe
Mas qual minha sombra
Não me largaria por nada

Detestável mau hábito,
Arrepender é matar saudades

quarta-feira, 2 de março de 2011

O Cálice

Desolado e estoirado
Profunda violação penetrante
Encerra ainda represálias
Cujo rumo se escreve a sangue

O engano é forte
Tremendo aliás
Venenoso e duradouro
Prevalece contrafeito
Na alegria do soturno

Noite de luar
Deslizar, divagar a céu aberto
Ilimitado é a adrenalina
De quem salta o penhasco
A resgatar a bela caída

Julieta espera-me
A morte ide unir-me a ti
Para lá desta vida, serei teu
Devoto assim, Romeu...


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Humanista, talvez nem tanto

Obcecado pelo suicídio
Mergulhado em puro delírio
Inesgotável saga
Em inesquecível vida
Apressada se encontra a alma
O tempo corre a seu favor

Não é o desespero
Muito menos o desinteresse
A curiosidade toma a forma
Da delicada lâmina
Que traça pelo corte a temporalidade
Curtas etapas subjectivas
Será ela também
Que ceifará a vida ao gato
Cuja sétima vida expira agora
De velhice se esqueceu
Como viver
Tem alternativa alguma
Senão ceder suas garras
A quem ainda as saiba usar

El-rei ide nu
Ruela abaixo pregando
De porta a porta prevê acontecimentos
"Esta nova maravilha" como a roga
Retorno à era anciã
De instinto, sobrevivência e selvajaria
É então que surge o Mago da corte
Possante em suas pesadas vestes
A resgatar nossa excelência da possessão demoníaca

Exorcismo à parte
Anjos lá alto em coro
Cantam deliciosos lamentos
Suas lágrimas puras
Tecem dor no peitos dos homens
Que em fim de contas feitas
Serão sempre homens
Homens e nada mais

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mímica

O Mimo não é um fingidor, apenas tenta apaziguar à dor

Mascará-la de indisposição passageira

Disfarçar toda e qualquer tendência suicida e/ou homicida

Fugir da sua imensidão afugando-a noutra não menos real

Mas fantasiosa, imaginada e moldade por si

O actor apropriadamente distancia-se no terreno

Do seu antigo ser e cria outros tantos

O arrependimento não será eterno se não recordas quem fostes

Seja nesta vida, tenha sido noutra


Haverás ainda de me ver representar

A anterior teoria do fingimento

Com toda uma doentia devoção

Caí em desgraça comigo

Canibal hoje

Vampiro num ocasional amanhã

Ontem? Quem quer saber do ontem...

Mergulhei tão fundo que já sou estes meus reflexos

Espelho rachado, despedaçado em inúmeros bocados

Sou todos eles e no fim...não sou ninguém