sexta-feira, 20 de julho de 2012

O bardo bastardo

Regendo dialectos circunscritos
A notória ferrugem envenena arredores
É notório a saudade de outros tempos
Se de boca em boca a maldição é a mesma
"Ide acabar sozinho, em cova podre e cinzenta"
Esses ideais de adivinhação são um mimo
Não seremos dignos de saber mais do que convém
Decerto a memória me falha novamente
De sonhos usurpar a persona do meu velho bastava
E nisso ficou..
Preguiçoso e cansado, veja-se bem
Não à violência! (e se a luta ainda não acabou?)

Conto pelas mãos outros contos
Nestas eras florais
As estações são meramente ocasionais
Vinde a mim Prima(Vera)
(Sedes sempre tão ímpar quanto múltipla)
Era uma vez um grupo de donzelas
Tu a mais bela dentre elas
Ó sal das minhas mágoas
Conta-me uma história de embalar
E faz-me serenar na promessa de não acordar

Estou gelado
Estagnado na frieza das circunstâncias
A rigidez toma conta de mim
Minha palidez é estonteante
Complexidão-me automaticamente
Fixo nisto, eterno
Enfim, está frio, e nisto (digamos) "E eu com isso?"

Na primazia instintiva
Palmear o nada é obra
Ninguém meditava no quase nada
Entre bestas o mor
Nem rei, qual escravo
Hierarquia, essa tontaria civilizacional
Demasiado pacata, distante e humana
Ficcional até para um animal figurativo
Sem vestes que lhe tapem as peles
É tudo o que se vê e nada mais
Em dia de pouca feitura
Num corpo de magra envergadura
A fortuna concede-lhe uma costura

Um desses eventos que nos marcam
No qual este nem cicatrizou..
O som da avalanche de entulho serve de pista
Não fosse a solidão egoísta!
No seu mundo tão tão
A seus braços qual pluma
Um corpo dócil já morto
Marcado pela queda
Marcado pela vida que dela se cansou
Em farrapos, ensanguente e pálida
O estômago vence o entendimento
E grunhe com fome

Na ausência de rigidez
Ao cheiro a ninfa
O pescoço cansado cede espaço
Curvado rouba-se o último folgo trancado nos lábios
Desses azuis lábios selados
Viveu pela primeira vez
No que nisto o tempo parou
Ou deu a entender ao menos ter abrandado?
Ó glória do primeiro beijo
Seus feridos lábios secos
Roídos até ao cerne da questão
Húmidos somente por paixão

Nisto o consagrado reflexo involuntário
Mais que necessário, um luxo acessório
Anda cá tu e permanece
Deste gosto estimulante
Partiu para a experimentação
Macabra e gentil
Toques a medo
Quem não respira não sente perturbações?
Seus lamentos ignoram manifestações!
Na caótica exploração necrófila
Ninguém montou os despojos da Morte
E penetrou convicto de seu direito
A passividade fé-lo delirar
Procura quase reanima-la à força
Nestes tosco conjunto de gestos brutos

A saga persiste
Sua Vontade existe
E festeja na aorta
Que orgia canibal, que alegrias Serafim!
Sangue a jorrar na ilusão do eterno
Lubrificando receios e medos ignorados
Há que amar a boa sorte
E penetrar mais fundo?
Esta visão tranquila
Da fusão dos corpos nus
Ó suor dissimulado, só tu!
Sim, só tu coabitas com o instinto
Faça Deus sua Vontade
E venha a mim a presa

Aí de mim se a Deusa intercede
Comparece indignada
Por seus actos, a malícia o menor
A bela adormecida não acorda
E a esperança...essa morreu igualmente
O rapaz chora e rebola
Encurvado e nada sossegado
De uma só vergastada
Arranca seu coração
E despedaça a fonte da dor
Causa-efeitos, consequências
Urgências do desejo animal
Secou, essa ira bem vinda
Maldita por certo entre descrentes

Na morte somos um só
E mesmo assim nos cansamos
Canso-me de ti é certo
Quase tão certo quanto inferir
Que a vida se cansou de mim...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Que paranóia
é Está que me invade
este Meu espaço de privacidade
direitos Designado(s) por uns para outros
De uns por outros
E outros que se fodam

as Ramificações artísticas
Na desculpa de entoar novo adjectivo
acompanhantes (de) Luxo anestesiantes
Antes fosse..

química Foi-se toda
Toda a razão de existir
Negação
Mais um destes maravilhosos 12 passos
e Enfim
Rir, muito rir
Alongar a linha temporal
Para conter algum choro nas brechas

Sinto-me como o animal de estimação
Deixado ao relento
Cujo propósito é meramente o de entretinimento
A compaixão e francamente a do esquecimento