terça-feira, 24 de maio de 2011

...

("Não sentem a alma agitar?
Um temor expande a comprimir
Sinto-me desconhecer o propósito
A identidade e quem sabe algo mais!
Sente-se o pesar do transtorno
Com que nos confrontamos idolatradamente
Cada qual puxa para sua perspectiva
Cada faceta ambiciona erguer-se aos demais
Cada qual puxa para seu lado
Cada meu dividido ser quer ser único
Numa multiplicidade que nos encantos da fantasia
Me faz sonhar no homicídio

Não é bipolaridade ou derivados
É tudo o que me rodeia e se apodera de mim
Voei ao Sol a aquecer e queimei as asas de cera
Despedacei-me em mil bocados mal colados
Agora sofro as insuficientes do incompleto transbordado")

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Uma pechincha

Classificações e orações
Degradação e avaliação corrupta
Refuta a minha existência
Enrola-me num estigma consumista
E vê-me rebolar no lixo

Apavora-me a perspicuidade
Há sabedoria em ser ignorado
Ao invés de opiniões imergem conjecturas
(e refutações)

Dá-me a tua opinião
Concede-me em que me basear
Tretas afins e derivadas de pânico
Pouco importa pensar em pensamentos
O senso da hipótese perde-se em si mesma
Possibilidades infinitas em abstracto
Completam a sua ruína em quatro realidades
Somente quatro, à dúzia ficava mais barato!


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Laços de Sangue

Delicadas pétalas rosadas de sangue
Actualizações da assassina
A contracto por municípios
O saldo ruí numa maior escala

Que a trave mestra trema, tudo bem
Que a estrutura abale e apavore, tudo bem
Sorrir é ingenuidade ante o Circo
Em toda a arte contida num Palhaço
Fazer rir não é uma delas, não é facto adquirido
Estereótipo que nega a paródia óbvia

Em vista na miragem
Ei de me perder
Em vestes negras de seda
Quero-me perder
Num momento nada mais querer
Ei de me perder
Porque estou farto de viver
Quero-me perder

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Persona no grata

Suspiro em veia masoquista
Em reconforto, rectificação
Na carne esfria justiça

Negligência assumida
Transforma-se em persona no grata
Dois não equivalem à aceitação

Naturalmente o debate assanhado
Flui perfeitamente enquanto passividade
Cala-te e concede vossa mão

Neste estrangulamento, breve alarido de virilidade
Popular egoísmo porque o ego romantiza
Ficção amorosamente chocante de facto

domingo, 8 de maio de 2011

Fantasiar é relembrar

Era um belo dia
Admito em belo dia me tomaste
Plena época de romance e paixão
Alecrim e borboletas em festival erótico
Um impulso animal
Um tomar de braços à força
Um roubo de beijos entre portas
(sem língua que nos evidencie,
serei menos que transparente)

Sonhei neste solarengo dia
Que me havia de arrebatar
Ser enfeitiçado pela primeira
Perder-me de desejos
E sagaz fui um a um
Sem pressas, sem complicações
Criativo, sedutor e circunstancial...
Tudo a seu favor,
Mãos ágeis não deixam ficar mal
Lábios carnudos que melam o juízo
Um cabelo que te reconforta
Encadeirado a escaldar, não pares
Mutuamente se cria prazer ao morder
Arranha, torce, bebe do seu espírito
A carne já é toda tua, alcança melhor!
De ontem me lembro claramente nada...

Acordei pela luminosidade
O dia não era este
Não era nenhum
"Não sou assim!"
Voltei-me para o lado
Deparei com inconveniências
Mudei, transformei-me
Surgi novo e pior!
Acordei novamente
Afinal era um pesadelo
Bendita a insónia, Ámen.