quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ridículo

Roçar o ridículo ao de leve
Não ao ponto de tocar o erótico
Mas ser macio e sensível ao pormenor

Aperfeiçoar a arte de estar pleno e forte
Demonstrar à multidão quem sois vós
Fazer chegar ao ouvido de meio universo
O relato de tão absurdo feito

Em seu esplendor há tolice
Profunda, enraizada, genuína tolice
Inocência na ignorância de crer em ser
Assim uma espécie de semi-deus sabe-tudo
De estalar os dentes quem não contem o espanto singular

Acertos, rectificações prontas e notas musicais
Uma só certeza
O escapar da escrita envolve uma de dois motivos
De natureza maior, talvez suprema! Divina? Hmm diabólica.
Porque não de todas um pouco? Neste terço apregoa-se justiça

No âmbito de se manter o desnaturado palavreado
Onde o objectivo é simples, aliviar a falta de sentido lógico de la vie
Dançar consiste num agitar de braços a gritar grunhidos
Segurar pela ponta dos dedos a nossa revolta ancestral!
Fantásticos segundos de ridículo
Ao menos já não nos comportamos como selvagens

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