segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

É hoje que faleço. 

Vi nascer novo dia
Sucesso
Triunfei na promessa de ver crescer a manhã
Já dá para descompensar
Não necessariamente descomprimir
Relaxar dá azo ao fracasso, asno
Cabrão, aí de ti mais uma
Não me venhas à bola, cabrão
Outra miserável performance? Sacana
Que nó da garganta, fura-se já a traqueia
Hás de mas pagar, hás de viver noite adentro
Tremes? Inventa mais de um milhar de fantasias
E cá me às de vir maçar novamente..
Hoje picas o ponto, ontem estava fraquinho
Amanhã HÁ MAIS..
Cumpre o teu dever, aplica-te no teu papel
Egoísta...morre sozinho
Mas morre por inteiro que se poupa papel
Bandido...nem tem estofe para ladrão
Até nisso te queimam...preguiçoso
Vicioso...querias elogias a vida inteira agora?
Senhor doutor do vai badamerda
Quer títulos depois de me queimar a casa?
Aí coitadinho, quer ajuda
Hoje a mão, além os olhos
Falso, menos que nódoa existencial
Feio...mais que abominável um escândalo social
'Como foi o teu dia?' mentira 'tava a ser sarcástico
Figura-mos... e dizes que lês muito...
Desculpa...não vale a pena!
Não tava a ouvir, pensei que conhecera
Deduzi claro.. implorei e chorei... dava actor.
Um interprete da consciência, nem te conheço já
Mudaste... não me recordo
Não te vi chegar... quando te fores não avises
Não digeriste, adeus, não te senti partir
Morre de fome, olha a perna
É, Ei, Wei, wei w.e.i
Ignora. Ignora. Ignorante ignorância.
É secreto, então.
Fúria. Amanhã a mesma pedagogia.
Já sabeis a rotina, falha. Fracasso
Incha porco! Mais um dado lançado.
Dás-me desgosto, antes tivesse sido tu o outro.
Eras feliz, projectas, bloqueias, mentes cão.
Descobre antes a designação de paródia.
Ri, vá...ri...ok?
'Tás triste hoje...fala.
Caeiro tinha razão, doe. Via mal até cegar.
'Tá a ficar escuro. Acordei que sonhava.
Não tinha odeio, desconhecia o milagre do vidro.
Esquecia a miséria que era, é, outra vida, esta.
Cansaço. Essenc-c-c-c-c-almente chato.
Inchou da cabeça, pesa-lhe.
Deve ser do sangue frio.
Perdi a cabeça. É do furo.
Respiro a merda que produzi
Esperava mais, fiz por menos.
Falha minha, desculpa
Nem te moveste, não prestei atenção
É do medo, do pânico, do nervo amaricado
Manias, a virtude das sinfonias
A dor do reflexo
Quase que te amo, odeio-te
Repulsivo ódio, não me queiras piedade
Falha minha, desculpa
E não desculpo
Perdoa-te, não me aborreças.
Que não te quis. E afinal acordei de sonhar querer-me a mim
Por inteiro, traiçoeiro pesadelo.
Todo tremeliques e meloso, queria-me só para mim.
E eu é outra coisa, única entre irmãos, fraternos e distantes
Camaradas de espada traçada, nunca me debatei em combate
Não me reconheço, é-me estranho relembrar História
Péssimo, sou péssimo com nomes.
Aliás acordei que vivera.
Eu já faleci e sonhara que continuara.