sexta-feira, 29 de julho de 2011

Faltará adjectivar o sentido

Numa dessas andanças de criança fui-me perder num monte de fantasia parasita. Sentia o controlo escapar-se-me como se de um sonho acordado se trata-se mas era tudo tão vívido, tão real quanto um belisção entre enamorados numa tarde sem senão. Todo ele era mar e planície num misto tão cheio de vida, tão sem jeito que enlouqueci. Delirante fui de encontro ao canto do paraíso tocar o amargo sabor da derrota. Sentia-se o aroma do desagrado e rejeição nestes feras agora domesticadas e confinadas à solidão.

Andei sobre a maré, dominei bestas míticas, dedicei poesia às musas e fiz coro a sereias. Que mais posso afirmar em prosa para converter-vos a fãs? Que mais mentiras sem escrúpulos posso lançar-vos aos ouvidos de forma a encantar? A misericórdia é a miséria sem toda a componente séria da histéria. Bah hoje já nada me apetece nesta vida agreste em que nada surte efeito. Hipotéticamente se és demente a palavra atinge uma estrutura oca? Exigo ser apelidado de carvalho porque soa bem.

Pff dia épico, agora falta definir o sentido do objectivo do adjectivo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Undercontrol

Tão minúsculo quanto ridículo
Faz meu cérebro palpitar
O instinto
O pânico em ser assaltado
Nesta dúvida de pertença
Não consigo assimilar
Prende-me a sete chaves
Aprisionado em confins
Neste poço não penso sair mesmo
À dentada, as memórias vão-me arrancar os olhos
À dentada serão devorados pela tina da vida
Controlo dá-me liberdade
Torna-me mais um do conjunto
A ironia é venenosa, ácida quase
Pele a fervilhar, pedaço a pedaço
Autênticos nacos de corrupção são rejeitados
O corpo é quem se manda
Em pele e osso meus caros, em pele e osso assim

Poço sem cantigas

É porque a questão é grande!
Não, de facto, à causa justa.
Tolices tolices então não é claro?
Não se vê a léguas a fachada teatral
Nem pensava duas vezes, forca ou lâmina
Regurgitas facilidade mas é temporária
No acto o papo é excessivo, pesadamente excessivo
Queda por hábitos e soluções, aiiii emoções tão tolinhas
Puxa-empurra vá mais um último esforço.
Pára tudo!
(Em hora H faltava mesmo era mandar-te la ir)
Quando é que silenciamos a voz do "sim senhor já vou não tarda"
A violência suga-me a paciência e sinto os punhos tremer
Frágil balanço das coisas como andas, tens de mais vezes
Oh sim, tens certamente de mais vezes por cá andar
Que alguém me guarde porque vem a tona as correntes
Mas entalado no recife perco consciência
Dueto com ninfas. Sinto o chamamento...
Irrita-me tudo. Estou saturado, cansado e esmagado
Oprimido pelo ruído, nem me ouço pensar
As palavras sabem a veneno e bebo delas propositadamente
Quero uma vez mais servir-me delas
Naquelas páginas de pega-pega, brincadeira sem piada
Ceguei e não tardo a descobrir.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Truth (Ilusion to the Blind)

Near by
Lays a simple lie
Not a deny
Just a fake cry

What remains pure?
A Smile
What stands still?
The personality
What remains real?
Truth

Finding hard to regret yesterday
Whenever I care
Dreams and hopes unfold
Swearing empty promises
Sharing meaningless moments
I do feel hollow

There is a monster coming over the hill
It's nature belongs to instinct
Now where would We be
If we admit that reason is the greater evil?

Im a riddle teller
I speak about half-truth with exact precision
There is no missing the mistic myth today
The bards bow before me and shall
Oh and they shall workship those tales
The melody will hipnotize half a century
And the other half consumed by change
Won't feel like anything had came

What is language in terms of a deaf?
We pray to our senses and forget...
Was it worth the while?
Fact: there is yet to be a timeshift so...
Meanwhile we wait let's write
For God's forbit me I shall write, can't resist
And remember that he does not exist!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Privado de estar-se saturado (Criminologia de paz)

Teu calor da união
Saber a emoção da reunião
(É) Confortante, para ser preciso
Triste estou pois a confusão evitei.

Que venha dai zombaria
Nesta esquina toca-se viola À Portuguesa
Sim Senhor, sim Senhor, sim senhor...
Naquela esquina resiste alegria.

E se a era dos putos que faziam dela se acabou
Ei de cambalear sete vezes em gesto de protesto!

"Aqui del-Rei: noticias de última hora, genocídio da cultura portuguesa!"
O Sr. Tradicional foi assassinado pelo progresso...
A identidade está esquecida? Ridículo, não pode!
Não corre resposta aos ventos celestes
Se ao largo ainda arde um vestígio de magia
O sonho haverá de perdurar para geração futura

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Quem era sábio? (Não que isso interesse)

Naquela batalha a guerrilha está confusa
Noite iluminada pelos furiosos explosivos
Soube, assim por diante, que o homem não é manequim
Assustado em busca de um manual de instruções, medo
Em pânico foi tranquilizado por mãos sangrentas
Confusão abraçada à fome de mais mortalidade
Minha mãe eu realmente não me lembro de ter implorado pela vida
E agora temo por algo ao qual estou francamente perplexo!
Não quero falecer, morrer, padecer, jazer podre nesta aurora
Sinto que a vida se me escapa pelas entranhas e se crava teimosa na alma
As fragilizadas vêm ao de cima, fértil existência agora em luta
Pernas impotentes para correr em fuga inútil
! Pára tudo...aquele ali chora por não ter ninguém
Haja aqui quem resmungue porque quer mais
Hipocrisia minha filha já tens escravos a mais, vai-te demónio...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Mentes cão! Au au au"

Que tédio relaxar em período de férias
Todo um compromisso vão de denegrir
Uma carga extra de seriedade acrescida pesa na consciência
Ao virar desta esquina serei alguém.

Girando o café já frio senti crescer em mim a redundância
Ao som de uma agradável acústica levei os dedos aos lábios
Sem contenção estalar um assobio de jubilo a esta menina
De tez natural todo ele é grosseiro
Rebelde numa falta de cuidado demente
Um estilo no mínimo peculiar, arrepiante vá admito
Senti-me ser penetrado uma segunda vez

"Pára tudo! Que aqui caminha algo que se destaca da minha mundana vida!
Sê minha porque senão morrerei em breve de aborrecimento para com a puta da vida!"
Ela foge em pânico e com razão...
Pois este é algo por acabar pois de facto o tédio dá-me sono
Vou-me ali deitar e jazer lado a lado com a bala cravada de veneno na mente
A imaginação está contaminada, é pena
Podia-mos ter sido grandes! Grandiosidade também consegue ser chata portanto...
Numa de fuga rápida irei ali para não voltar...(minto porque é-me um fruto proibido)