quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Lágrimas de Saudade (Dedicado à Juju)

Flutuando entre mares
Neste vasto oceano
Vim aqui para me perder
Esquecer na essência do imenso sal
Salgar meu coração endurecido
Salvaguardar o que dele resta

Ó mar...ó mar sem Dono
Sê a minha Musa e ilumina
Este marinheiro a bom porto
Esquece os mitos e medos do Homem
Perdoa a sua franca inveja
Estava perdido em terra
Na foz do rio me havia de lançar
Abraçar meu doce amor
Em outra vida

Nisto Neptuno não consentiu
Também ele sofrera por Medusa

Afundado agora por entre ruínas
Sinto-me estranhamente leve
Livre de toda e qualquer dor

Que não se tema o berço
Que não se renegem as origens
O que do Mar nasceu ao Mar returnará!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O Outro

Por detrás deste espelho
Quem me observa?
"Quem és tu ó espectro?"
A figura ri e chora
Ri e chora...

Indignada talvez pelo esquecimento
Alegre talvez porque achou graça
Como se de uma piada se trata-se
Uma resposta nunca veio...

Voltei costas
Dei por mim cercado por espelhos
O Outro rodeava-me
Com uma expressão vaga
No entanto nada temi

Intrigado pelo evento sentei-me
Curiosamente o Outro fez o mesmo
Irritado e sem paciência
Esmurrei os vidros

Senti-me despedaçar
O meu coração sangrava
Que se passava?
Foi então que o rosto da besta surgiu
Fez-me luz mas era tarde
Nos braços da Morte soube quem era