terça-feira, 6 de novembro de 2012

O mar que tudo desvendou
Quantos de nós mataste desde então?
De vontade num só trago nos devoraste
Inquietantes laços de sangue rasgados
Do desgosto à desgraça num perder da esperança
Só um louco vos prometeria vingança..

O mar tudo cerca
O cerco aperta
E sem pressa a nossa morte aproxima-se
Tão certa e depressa que espinhosa
Juramos prontamente que é desta!
Quando se adivinha trovoada a coragem se esquece
Do dever de contrariar o temor
Invadidos pelo terror
Uma fixa sensação de gélida dor
Bem sei que não retornarei
Que desde logo ao mar tudo coube
Este colosso inegável
Que demasiados chacinou
Indiferente à conquista
Semeando crueldade
Ignorando a revolta em redor
O derradeiro monstro
Que faltou domesticar
Enquanto teu escravo me assumo
Ei de te consumir, ó mar!
E em glória restaurar Portugal!

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